Pensata do Naza

Minha idéia é utilizar este canal como forma de colocar na net os meus pensamentos a repeito de uma série de assuntos, dentre os quais posso destacar a política, corrupção, relações pessoais e o que mais me der na telha.

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quinta-feira, setembro 15, 2005

[Politica] - Terra Arrasada

Excelente artigo do Clóvis Rossi na Folha de São Paulo de 14/09/2005.
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Terra arrasada

SÃO PAULO - Deu na Folha: "O empresário Sebastião Buani (...) já recebeu convites de cinco legendas para candidatar-se a deputado federal no ano que vem: PSDB, PMDB, PFL, PDT e PSB".

Parece que Buani é o último homem puro na face da Terra para merecer tamanho assédio. Mas não passa de um corruptor confesso, assumido. Diz, até com orgulho, que pagou "mensalinho" para manter a concessão do restaurante na Câmara.

Que diabos leva tantos partidos políticos, que fingem indignação diante da corrupção, a procurarem um corruptor confesso? Dá ao leitor o direito de supor que estão de olho apenas no seu próprio futuro "mensalinho".

Os cinco partidos loucos por ter um corruptor nos seus quadros somam 227 deputados, quase 45% do total.
Como é que se vai confiar nessa gente? Bom, olhe-se agora para o outro lado, o do PT. O partido oficial, institucional, está coberto de lama até o último fio de cabelo. Buani só não cabe no PT porque, para pagar "mensalão" ou "mensalinho", o partido já tem seus próprios e eficientes quadros.

Aí, você, já desanimado, se volta para o PT que pretende "refundar-se", seja lá o que isso signifique. Muito bem. A grande ideóloga da refundação, a filósofa Marilena Chaui, perdeu ótima oportunidade de continuar quieta ao dizer: "Nós fomos o principal construtor da democracia nesse país. E nós não seremos perdoados por isso nunca".

Duas bobagens numa única frase é demais até para o messianismo megalômano. O que não se pode perdoar no PT não é a democracia, da qual ele está longe de ser o único construtor, mas a corrupção.


Refundar um partido com base num delírio e na incapacidade de autocrítica só pode levar a uma nova "tragédia", como os próprios petistas definem a crise do partido.